Em julho de 2024, o Instituto Rui Barbosa (IRB) e a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (ATRICON), realizaram uma pesquisa para entender como os Tribunais de Contas (TCs) estão usando a Inteligência Artificial (IA) no Brasil. A pesquisa buscou avaliar o progresso e os desafios na adoção dessa tecnologia em comparação ao ano anterior. A Inteligência Artificial, ou IA, é uma tecnologia que permite que computadores realizem tarefas que normalmente precisariam da inteligência humana, como analisar grandes volumes de dados, identificar padrões e tomar decisões.
Principais Resultados da Pesquisa
A pesquisa mostrou que mais de 60% dos Tribunais de Contas já estão usando IA para melhorar suas atividades de controle externo, ou seja, para fiscalizar o uso de recursos públicos de forma mais eficiente. Cerca de 20% também utilizam essa tecnologia em funções administrativas, como gestão de documentos e automação de processos internos. Por outro lado, o uso da IA em áreas de Tecnologia da Informação, que envolvem a infraestrutura digital e a segurança de sistemas, caiu de 36% em 2023 para 23% em 2024. Isso pode indicar que os Tribunais de Contas já alcançaram um nível de maturidade no uso da IA em TI e agora estão focando em outras áreas. A pesquisa também mostrou um aumento na especialização interna, com 73% dos tribunais desenvolvendo suas próprias capacidades para usar e gerenciar soluções de IA. Isso significa que os TCs estão
investindo em treinamento e capacitação de seus funcionários para que eles possam lidar melhor com essa tecnologia. Outro ponto importante é a crescente preocupação com a segurança das informações e a privacidade dos dados. 87% dos entrevistados destacaram a importância de proteger os dados enquanto usam IA, especialmente porque esses dados podem incluir informações sensíveis sobre pessoas e instituições.
Desafios e Próximos Passos
Apesar dos avanços, a pesquisa identificou alguns desafios que ainda precisam ser superados. Muitos tribunais enfrentam dificuldades em contratar serviços especializados em IA devido à falta de conhecimento técnico e à complexidade dos processos de contratação. Além disso, há uma resistência à mudança dentro das instituições, o que dificulta a implementação de novas tecnologias.
Para melhorar o uso da IA nos Tribunais de Contas, a pesquisa sugere que essas instituições devem continuar investindo em treinamento para seus funcionários, simplificar os processos de contratação de serviços de IA, e criar estruturas organizacionais dedicadas à IA. Também é importante que os tribunais compartilhem suas experiências e práticas com outros órgãos, promovendo uma cultura de colaboração que pode acelerar a inovação.
Conclusão
A pesquisa de 2024 mostrou que a Inteligência Artificial está começando a ser usada de forma mais ampla pelos Tribunais de Contas no Brasil, especialmente em áreas que podem se beneficiar da automação e análise eficiente de dados. No entanto, para aproveitar todo o potencial dessa tecnologia, ainda há a necessidade de superar desafios relacionados à capacitação técnica, segurança da informação, e resistência à mudança. Com os investimentos certos e uma abordagem colaborativa, a IA pode ajudar esses tribunais a desempenharem sua missão de forma ainda mais eficaz e transparente.