O maior ensinamento da notícia ruim é que ela sempre alcança o seu objetivo
Diante de mais uma adversidade imposta pela vida, o diagnóstico de câncer, fico pensando se não devo me inspirar em algo que me ofereça ainda mais força para enfrentar a doença. Um bom exemplo de resistência, superação e êxito. Escolhi a notícia ruim. Sim, essa vencedora! Ela é rápida e certeira. A começar que o seu suporte nasce em florestas plantadas, vira papel e nos chega pelas mãos de um emissário. E gera emprego, renda e lucro, não apenas para o crescente setor de entregas, como também para os da saúde e do direito, em especial.
Em tempos digitais, a notícia ruim está revigorada, fortalecida pela Internet. Chega ainda mais rápida, em alguns casos até com reforço artístico de um desenho ou foto. E o mais grave, se espalha com imensa rapidez ultrapassando barreiras de todos os tipos. Vencendo, até mesmo, os responsáveis organismos criados para checar a veracidade dos fatos informados pelas mídias sociais essa terra de todos e ainda de ninguém.
A notícia ruim é tão impactante, causadora de inimagináveis reações, que entre outras consequências consegue contaminar o próprio emissário. Você fi ca com raiva de quem lhe informou, como se o transmissor tivesse culpa no conteúdo e em seus desdobramentos.
Ricardo Viveiros Jornalista, professor e escritor, é doutor em Educação, Arte e História da Cultura; autor, entre outros, de “A Vila que Descobriu o Brasil” (Geração), “Justiça Seja Feita” (Sesi-SP) e “Educação S/A” (Pearson).