Exportações aumentaram 12,8% de janeiro a maio e foram um dos responsáveis pelo superávit.
O agronegócio paulista registrou um superávit de US$ 9,42 bilhões na balança comercial no acumulado de janeiro a maio de 2024, um aumento de 14,2% em relação ao mesmo período de 2023. Esse resultado foi impulsionado pelo aumento de 12,8% nas exportações, que alcançaram US$ 11,76 bilhões, e pelo crescimento de 7,3% nas importações, que totalizaram US$ 2,34 bilhões. Além disso, as exportações do agronegócio paulista representaram 42,5% do total do estado e 17,5% do total nacional, um aumento de 2,0 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior. As importações, por sua vez, representaram 7,8% do total do estado e 29,4% do total nacional, uma queda de 1,4 pontos percentuais.
No entanto, em maio de 2024, houve uma queda de 10,2% nas exportações do agronegócio paulista em comparação com o mesmo mês de 2023. Essa queda foi principalmente devido à diminuição das exportações de soja em grão (-58%) e açúcar (-15%). Por outro lado, houve aumentos significativos nas exportações de suco de laranja (25%) e café verde 5(79%). Apesar dos desafios, o setor agropecuário paulista manteve um saldo positivo e desempenhou um papel importante na mitigação do déficit comercial do estado. Ao considerar todos os setores da economia paulista, as exportações totalizaram US$ 27,66 bilhões e as importações alcançaram US$ 29,97 bilhões, resultando em um déficit comercial de US$ 2,31 bilhões. Comparativamente ao mesmo período de 2023, as exportações de todos os setores da economia paulista registraram um leve aumento de 0,2%, enquanto as importações diminuíram 0,8%, resultando em uma redução do déficit comercial em 11,8% no saldo da balança comercial paulista nos cinco primeiros meses do ano de 2024. “O agro de São Paulo mais uma vez mostra sua força, impulsionado pelos setores sucroalcooleiro e cafeeiro”, afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai.”A cana e o café são a força motriz dos campos paulistas e a expertise dessas duas cadeias produtivas tem contribuído fortemente para a economia agrícola do estado. Estamos apostando em políticas públicas assertivas para que os números sejam ainda melhores nos próximos meses”, acrescenta. Os principais grupos de produtos exportados pelo agronegócio paulista foram: sucroalcooleiro (37,1%), produtos florestais (10,8%), complexo soja (10,7%), carnes (10,7%), sucos (8,3%) e café (4,5%). Esses seis grupos representaram 82,1% das vendas externas setoriais paulistas. Na comparação com o mesmo período de 2023, observaram-se importantes variações nos valores exportados dos principais grupos de produtos do agronegócio paulista. Sobressaem-se aumentos significativos nos grupos complexo sucroalcooleiro (+55,5%), do café (+27,6%), dos sucos (+14,3%), florestais (+12,8%) e de carnes (3,8%); e queda no grupo complexo soja (-43,1%). Essas variações refletem as oscilações tanto de preços como de volumes exportados, indicando a dinâmica do mercado internacional. Os dados são do levantamento realizado pelo coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Carlos Nabil Ghobril, e os pesquisadores José Alberto Ângelo e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
Cenário nacional
No contexto nacional, o Brasil registrou um superávit de US$ 35,89 bilhões na balança comercial de janeiro a maio de 2024. As exportações do agronegócio representaram 48,4% do total nacional, enquanto as importações representaram 7,7%. O saldo da balança comercial do agronegócio foi de US$ 59,22 bilhões, uma queda de 1,6% em relação ao mesmo período de 2023. Esses números demonstram a importância do agronegócio para a economia brasileira e, em especial, para o estado de São Paulo. O desempenho do setor foi fundamental para equilibrar a balança comercial do país e mitigar o déficit comercial do estado. A participação dos grupos do agronegócio paulista no contexto nacional até maio deste ano mostra-se expressiva nos seguintes segmentos, nos quais a participação em valores supera 50% do total nacional: sucos (85,1%), produtos alimentícios diversos (73,1%), demais produtos de origem vegetal (64,6%) e complexo sucroalcooleiro (57,6%). Entre os estados, São Paulo figura como o segundo maior estado exportador em valores, com uma participação de 17,5%, ficando atrás apenas de Mato Grosso (19,1%). O estado do Paraná ocupa o terceiro lugar, com 11,3%, seguido por Minas Gerais (9,9%) e Rio Grande do Sul (7,7%). Em conjunto, esses cinco estados respondem por 65,5% das exportações totais do agronegócio brasileiro de janeiro a maio de 2024.
Investimentos
Em abril de 2024, o Governo de São Paulo anunciou um pacote de investimentos de R$ 1,4 bilhão para impulsionar o agronegócio paulista. As medidas incluem um aporte de R$ 500 milhões via Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro), com expectativa de alavancar R$ 2,5 bilhões em investimentos totais, além de R$ 300 milhões em linhas de crédito e subvenção por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). Adicionalmente, R$ 600 milhões em créditos acumulados de ICMS devem ser liberados, triplicando o valor disponibilizado em 2023, para incentivar a agroindústria e aquecer a economia do estado. A iniciativa visa fortalecer os pequenos e médios produtores, com foco em inovação, empreendedorismo e sustentabilidade, além de facilitar o acesso ao crédito. O Feap disponibilizará o maior crédito rural da história da administração paulista, com valor recorde de R$ 100 milhões para seguro rural e R$ 60 milhões para aquisição de tratores pelo programa Pró-Trator.
As linhas de crédito especiais para produtores rurais, pescadores, cacau, greening, produção leiteira e Feap Mulher somam R$ 140 milhões. O objetivo é promover um futuro promissor para o agronegócio paulista, com produtividade, qualidade e preservação ambiental, impulsionando ainda mais este setor que já responde por 700 mil empregos diretos e 40% do PIB de São Paulo.