Muitos relatos de transtornos emocionais sugiram durante a quarentena e, além de quadros comuns, o longo período de isolamento social é capaz de gerar uma condição pouco conhecida: a Síndrome da Cabana, que embora não seja considerada doença ou distúrbio psicológico, pode dificultar a reinserção do indivíduo na sociedade.
Caso a pessoa sinta medo, insegurança, dificuldade de sair e retomar a rotina no contexto pós-isolamento social, o psicólogo Fredy Figner, que concedeu entrevista à Rede Alesp, indica construir a readaptação de maneira gradual, sendo necessário “respeitar o seu tempo e entender que, da mesma forma que tivemos todo um exercício de adaptação para ficarmos isolados dentro de casa, também vai haver o processo de sair desse confinamento”.
Para aliviar a angústia, tensão e a ansiedade, Figner recomenda buscar uma rede de apoio, evitar notícias negativas, praticar atividades físicas, pois os exercícios liberam substâncias positivas ao corpo, meditar e estabelecer uma rotina, “grande aliada para conseguir manter a organização, tanto de tempo quanto psicológica”.
Quando os sintomas têm influência para interferir de maneira negativa no cotidiano, é preciso buscar suporte profissional, mas Figner adverte que a ajuda psicológica não deve ser vista somente como solução para distúrbios graves: “A psicoterapia pode ser aplicada, inclusive, de forma preventiva, fazendo com que o indivíduo reconheça os seus principais potenciais e isso vai ajudá-lo no enfrentamento de uma crise”. “Investir em saúde mental é uma forma de se conhecer e o autoconhecimento promove escolhas mais assertivas”, afirma o psicólogo.
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