Os parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo debateram na tarde desta sexta-feira (9/4), na Tribuna Virtual, o retorno do Estado à fase vermelha do Plano São Paulo, anunciado mais cedo pelo governo estadual.
O primeiro orador foi o deputado Carlos Giannazi (PSOL), que criticou a flexibilização no momento que o “Estado de São Paulo bate recorde de mortes”. O parlamentar comentou que vans escolares foram contratadas para transportar os corpos das pessoas mortas pela Covid-19 na capital paulista.
“Nesse cenário, o governo Doria anuncia para a próxima semana a volta às aulas presenciais, transformando as escolas em espaços de morte, de doença, de contaminação”, disse. Giannazi considera que a abertura de escolas vai aumentar a circulação e aglomeração de pessoas. “Somos totalmente contra a volta às aulas no dia 14”, completou.
Proibição de cultos
O Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu, nesta quinta-feira (8/4), que Estados e municípios proíbam celebrações religiosas presenciais. O deputado Carlos Cezar (PSB) lamentou a decisão. “São tempos sombrios que estamos vivendo, tempos difíceis. Nas palavras do próprio Nunes Marques [ministro do STF], quando alguém fala que nem tudo precisa parar, você é um negacionista”, disse.
Carlos Cezar criticou as alterações no Plano São Paulo. “Quero manifestar minha indignação. O Estado de São Paulo está saindo da fase emergencial, algumas coisas estão sendo flexibilizadas, como a volta do futebol. Mas igreja não, igreja tem de permanecer fechada, mesmo cumprindo todos os protocolos”, comentou. Na opinião de Cezar, medidas restritivas são ineficazes. “Não está provado que com o fechamento de tudo os números caíram. Não tem uma correlação”, disse.
Já o deputado Carlos Giannazi elogiou a decisão do Supremo. “A religião tem de defender a vida e não a morte”, disse. Para o parlamentar, líderes religiosos que não concordam com a decisão são “mercadores da fé, que instrumentalizam a fé cristã para benefícios econômicos, eleitorais e políticos”.
O deputado Adalberto Freitas (PSL) concordou com Carlos Cezar. “É um absurdo liberar o futebol e não as igrejas. É inconcebível liberar um setor que tem aglomeração e não liberar as igrejas, que são extremamente importantes para a fé das pessoas”, afirmou.
No entanto, Freitas elogiou a atuação do Estado de São Paulo na fabricação e distribuição da vacina contra o coronavírus. “Vacina salva vidas, e o governo de São Paulo saiu na frente. O governo de São Paulo está trabalhando, estamos salvando vidas. O Instituto Butantan está fazendo o trabalho dele, é extremamente importante para a população”, finalizou o deputado.
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