]O primeiro dia de painéis do 7º Conexidades começou com temas de grande relevância para a região do Litoral Norte de São Paulo. O evento realizado em São Sebastião abordou o Turismo Náutico e o Plano de Desenvolvimento Sustentável nesta manhã de quarta-feira (5).
Para debater o assunto, participaram da mesa: Marco Antônio Castello Branco, Presidente do Fórum Náutico Paulista e do Instituto Marinas do Brasil, Bianca Colepicolo, Coordenadora da Câmara temática de Turismo do Fórum Náutico Paulista, Adriana Augusto Balbo, Secretária de Turismo de São Sebastião, Walcinyr Bragatto, Vice-Presidente da UVESP, Julio Cardoso, Fundador do Projeto Baleia à Vista (ProBaV) e Membro do Conselho do Instituto Baleia Jubarte (IBJ), Rafael Mesquita, biólogo, Gustavo Ximango, referência em avistamento de baleias, e Silvio da Costa Proença, Capitão de Fragata.
Iniciando o painel, Bianca Colepicolo lembrou que, há 10 anos, o setor ainda era pouco debatido de forma profissional. “A náutica já existia muito forte em nosso estado e no nosso país, mas não havia ninguém discutindo o setor náutico institucionalmente”. De acordo com Bianca, foi aí então que foi criado o Fórum Náutico Paulista e, com ele, um importante desenvolvimento no setor.
Dando sequência, Marco Antônio Castello Branco explicou sobre a criação do Fórum Náutico Paulista, que busca, entre outras coisas, aproximar o setor náutico do Governo de São Paulo. “Era um problema e o Fórum conseguiu resolver isso. E com o passar do tempo, o relacionamento foi tão grande, que o fórum participava das reuniões do conselho de meio ambiente”.
Segundo o Presidente, o Fórum tem quatro Câmaras Temáticas: Marinas e Meio Ambiente, Turismo Náutico, Indústria Náutica, e Navegação e Segurança.
Castello Branco explanou ainda sobre o potencial do turismo náutico no estado de São Paulo, que é muito grande. Conforme dados da CETESB de 2023, são 880 quilômetros de costa marítima. Além disso, a rede hidroviária potencial totaliza 4166 quilômetros de extensão, incluindo lagoas, represas e bacias. O estado também conta com 40% das marinas do Brasil, sendo que 80% são barcos com menos de 8 metros.
“Essa é a importância da indústria náutica paulista. Agora, precisamos retomar essa força para conseguirmos voltar a ser o que éramos. São Paulo já foi a maior produtora de barcos do Brasil”. Hoje, o primeiro produtor de barcos é Santa Catarina, trazendo uma arrecadação 10 vezes maior que São Paulo, mas o estado ainda é o maior consumidor de barcos do país.
“O turismo náutico representa uma força muito grande. Os esforços que estão sendo feitos são muito importantes, mas nós ainda estamos começando. Há muito a caminhar, há muito a fazer”, apontou o Presidente do Fórum Náutico Paulista.
Diagnóstico
Em comparativo sobre a indústria náutica, o palestrante indicou que, em São Paulo, há um barco para 248 pessoas, enquanto no Reino Unido, o número é de um barco para cada 63 pessoas e nos Estados Unidos, um para cada 19 pessoas.
Em 2017, foi feito um diagnóstico do setor, destacando as principais ações desenvolvidas, como a atualização da legislação, investimentos em infraestrutura e capacitação, financiamento à cadeia náutica, entre outros.
Projeto Meu Primeiro Barco
Por fim, Marco Antônio Castello Branco apresentou o projeto Meu Primeiro Barco, lançado no final de 2023, que oferece uma embarcação a preço mais acessível. Feito quase em sua totalidade pela indústria paulista, o barco não pode custar mais de 80 mil reais e pretende impulsionar o mercado náutico do estado de São Paulo.
Encerrando o tema, a Coordenadora da Câmara temática de Turismo do Fórum Náutico Paulista ressaltou que a maioria dos empregos no turismo náutico são informais. “Nós fomos atrás do porquê dessa informalidade, e descobrimos que tem um dado subdimensionado. E, por esses dados, pudemos elencar os desafios de cada uma das coisas”, disse.
Com isso, foi criado o plano de ação do fórum, que inclui ações como retorno do Navega SP, incentivo à tecnologia, desenvolvimento de parcerias estratégicas, reforço da comunicação, assessoria para concessão de novas áreas, entre outros.
Bianca destacou também que poucas pessoas investem em marinas públicas e há um preconceito que precisa ser vencido. “Barco, antes de todas as coisas, é um meio de transporte. Criamos um conceito errado de que barco é coisa de rico, e isso atrapalha todo o desenvolvimento do setor. Estamos deixando de fazer geração de emprego e renda por causa de um preconceito que foi criado ao longo dos anos, em um país e um estado tão navegável”.
Observação de cetáceos
Dando sequência nos primeiros painéis deste Conexidades, o tema do turismo de observação de baleias e cetáceos foi abordado de forma bastante ilustrativa e imagética. Com a participação de Rafael Mesquita, biólogo que viralizou recentemente com um vídeo de um cardume de raias ticonha interagindo com uma baleia jubarte nas águas de São Sebastião, o tema foi apresentado por meio de vídeos e conversas entre a Secretária de Turismo de São Sebastião, Adriana Augusto Balbo e o Fundador do Projeto Baleia à Vista (ProBaV) e Membro do Conselho do Instituto Baleia Jubarte (IBJ), Julio Cardoso.
Adriana reforçou que São Sebastião é um destino que tem multiprodutos turísticos, como eventos e negócios, esportivo, gastronômico, observação de aves, de sol e praia, náutico, pesca e observação de cetáceos, entre outros.
Segundo a secretária, a observação é um produto novo na cidade, mas já foi qualificado por ser responsável e sustentável, recebendo inclusive o prêmio Braztoa. “Foi um produto pensado, estudado. Isso é fruto de uma gestão que acredita e investe no turismo”.
Já Cardoso reforçou a importância do registro de animais como baleias e raias, com nos vídeos de Rafael, para a ciência, o estudo dessas espécies. O palestrante afirmou que, na última temporada, mais de 780 baleias foram avistadas. “Elas realmente estão chegando e, a cada ano, em um volume maior”.
Entre as ações destacadas para o desenvolvimento do turismo de observação de baleias, foram citados o Termo de Cooperação da Prefeitura de São Sebastião em parceria com o Instituto Baleia à Vista, que busca educar a população sobre o assunto; e o Selo Avistamento Responsável, que busca propagar as regras de avistamento e reconhecer os fornecedores que seguem os princípios do turismo responsável. Ambos serão lançados em breve.
“Não é só turismo, observar baleias. Tem toda uma estrutura por trás disso e a preservação. E essa estrutura se dá graças aos pilares do turismo náutico, ao apoio da Defesa Civil e da Marinha”, finalizou Adriana Augusto Balbo.
Realização: Multiplicidades; Correalização: UVESP e Prefeitura de São Sebastião; Curadoria: Conexão Municipalista; Patrocínio: OM30, Senac, Chimicatti Advogados, Itaú, FDE, Sabesp e Prodesp.
Serviço
7º CONEXIDADES
Data: 4 a 8 de junho de 2024
Local: Complexo Turístico Rua da Praia (Av. Dr. Altino Arantes) – São Sebastião/SP
Mais informações e inscrições gratuitas em: conexidades.com.br
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