DANIEL MONTEIRO
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O Governo do Estado informou que o Instituto Butantan começará a entrega nesta terça-feira (23/2), para o Ministério da Saúde, de mais 3,4 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus para serem distribuídas em todo o país. O anúncio ocorreu em coletiva no início da tarde desta segunda-feira (22/2).
Conforme informou a administração estadual, a nova remessa do imunizante será entregue, inicialmente, em lotes diários de 426 mil doses. A expectativa é que as 3,4 milhões de doses sejam totalmente disponibilizadas nos próximos oito dias.
Na coletiva, o Governo do Estado confirmou para a noite desta quarta-feira a chegada de uma nova remessa de 5,4 mil litros de insumos vindos da China, que serão utilizados para a continuidade da produção da Coronavac no Instituto Butantan.
A nova remessa de vacinas foi elaborada a partir do primeiro lote de insumos vindos da China em 2021. O imunizante é produzido no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria internacional com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.
Também na coletiva, o Governo de São Paulo comemorou que o Estado ultrapassou a marca de dois milhões de pessoas vacinadas. Até as 13h desta segunda-feira, 2.035.335 doses haviam sido aplicadas em todo o território paulista. Desse total, 1.643.792 pessoas receberam a primeira dose da vacina, enquanto 391.543 já receberam a segunda dose do imunizante.
No ranking dos 10 municípios com mais de 100 mil habitantes e com mais pessoas vacinadas, proporcionalmente à sua respectiva população, estão: São Caetano do Sul, Santos, Botucatu, Catanduva, Barretos, Araraquara, Presidente Prudente, Bauru, Marília e São José do Rio Preto.
Participaram da coletiva o governador João Doria; o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn; a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Patricia Ellen; o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi; o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas; o coordenador geral do Centro de Contingência do Covid-19, Paulo Menezes; o coordenador executivo do Centro de Contingência do Covid-19, João Gabbardo; e a coordenadora do Centro de Controle de Doenças do Estado, Regiane de Paula.
Mais sobre o novo coronavírus
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, no último domingo (21/2) a capital paulista totalizava 18.268 vítimas da Covid-19.
Havia, ainda, 617.554 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 770.317 casos suspeitos sob monitoramento. Até o último domingo, 863.420 pessoas haviam recebido alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, nesta segunda-feira (22/2) a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 68,8%.
Já no último domingo (21/2), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 46%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Ações e Atitudes
Uma pesquisa da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), realizada com 240 pacientes internados em São Paulo, revela que a suplementação com vitamina D não proporciona melhoras significativas em casos de Covid-19 moderada ou grave.
No estudo, os pesquisadores verificaram que a suplementação não altera o tempo médio de internação e não tem influência para evitar a necessidade do uso ventilação mecânica, de admissão em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e na ocorrência de mortes.
Segundo os autores da pesquisa, a vitamina D apresenta uma importante atividade biológica no organismo, com efeito antimicrobiano, anti-inflamatório e imunológico. Neste sentido, a hipótese do estudo era se a vitamina D poderia reduzir a replicação do vírus da Covid-19 e a resposta inflamatória grave causada pela infecção e melhorar a parte imunológica dos pacientes.
Os pesquisadores, então, avaliaram 240 pacientes internados no Hospital das Clínicas da FMUSP e no Hospital de Campanha do Ibirapuera entre os dias 2 de junho e 27 de agosto do ano passado. Metade dos pacientes recebeu uma dose única e alta de vitamina D, na forma de xarope, preparado pela Farmácia do Hospital das Clínicas, e os demais uma dose de placebo, ou seja, o mesmo xarope, só que sem nenhum efeito.
O estudo avaliou, em primeiro lugar, se a vitamina D diminui o tempo de internação nos casos de Covid-19. Ao mesmo tempo, foi verificado quantos pacientes morreram, quantos foram admitidos na UTI e qual o número dos que necessitaram de intubação ou ventilação mecânica para manter a oxigenação do sangue. A última avaliação dos pacientes aconteceu em 7 de outubro.
Durante a análise dos dados, a pesquisa não detectou nenhum efeito significativo da suplementação. O tempo mediano de internação foi o mesmo entre os pacientes suplementados e os que receberam placebo: sete dias. No primeiro grupo variou entre quatro e dez dias e, no segundo, entre cinco e 13 dias. A mortalidade foi de 7,6% com a vitamina D e 5,1% com o placebo. A admissão na UTI registrou 16% com a vitamina e 21% com o placebo e a ventilação e o uso de ventilação mecânica foi de 7% com a suplementação e 14,4% com o placebo.
Dessa forma, a conclusão do estudo é que a vitamina D não proporcionou melhoras relevantes nos pacientes com doença moderada e grave em nenhum dos desfechos analisados. Os pesquisadores ressaltam, porém, que não foram avaliados os efeitos da suplementação em pessoas com formas leves de Covid-19 e nem como forma de prevenção. Para isso, um novo estudo irá verificar se a concentração basal de vitamina D no sangue tem relação com o desenvolvimento de doença leve ou não.
Os resultados do estudo estão descritos em artigo publicado no site do JAMA (Journal of American Association of Medicine) em 17 de fevereiro. A pesquisa teve financiamento da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
*Ouça abaixo a versão podcast do boletim Coronavírus
*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus
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