Conexidades quer discutir em São Sebastião o futuro dos municípios

Somos, os municípios, herdeiros de um modelo de estado centralizado. Sem dúvida, nosso federalismo é uma constante tentativa de disfarce do caráter centralista do poder em nosso país. Os municípios brasileiros ficam com 16% do bolo tributário nacional e são responsáveis por metade da formação bruta de capital fixo realizada pelo setor público em nosso país. E assim continuará até que a Reforma Tributária seja encarada como deve pelo Congresso Nacional. Os convênios e emendas parlamentares são os canais de financiamento externo que os municípios possuem, nem sempre à disposição, sem antes passar por um rigoroso processo de seleção. Para a grande maioria dos 5569 municípios brasileiros, a principal questão colocada é a de como incrementar a economia local, como desenvolver e como transformar o município no modelo que o pensa- dor espanhol Ledo Ivo aprega que “a cidade precisa ter o tamanho das pessoas”.

É por essa razão que as entidades municipalistas, constantemente, criam condições de debates capazes de encontrar o caminho que leva a entender que governar é mais que administrar, como aconteceu em Campos do Jordão neste mês. Para isso, também, surgiu o CONEXIDADES que veio para somar, para consolidar e para discutir o roteiro das cidades do futuro. Ele estará em São Sebastião para sua sétima edição, de 04 a 08 de junho. Para tanto, precisamos encontrar soluções criativas para algumas questões fundamentais. Como gerar mais cooperação entre governo e sociedade? Como desenvolver, com vários atores, um projeto mais ousado de desenvolvimento sustentável? Como promover a inclusão social, a qualidade de vida? Como alcançar novo patamar de bem estar socioambiental? Como aproximar a iniciativa privada do Poder Público? Como encontrar o equilíbrio fiscal e a capacidade de investimento? Como promover os consórcios intermunicipais como forma de crescer regional? Precisamos discutir o futuro da Inteligência Artificial que pode ser um remédio com graves efeitos colaterais.

Precisamos discutir tendências, antecipar tragédias, desenvolver cenários futuros e definir objetivos e recomendações à comunidade. Alvin Toffler, no fim do seu livro “O Choque do Futuro”, argumenta que precisamos de sistemas políticos capazes de selecionar o interesse comum para antecipar a visão sobre tragédias. Alvin chamou essa solução de“- democracia antecipatória”, quando se planeja para evitar acidentes mais graves. São Sebastião, “capital do CONEXIDADES”, é um exemplo de planejamento que contou com os Poderes da República unidos em busca de soluções. Governar é sempre um trabalho político que envolve criatividade, poder de decisão, ciência e arte. Por isso, sejam todos bem vindos ao CONEXIDADES, quando junho chegar.

 

 

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