Conexidades apresenta debate e tecnologias focados na inclusão

A manhã deste dia 07 de junho começou com uma discussão muito relevante no Conexidade com o tema “Muito além da inclusão”. Foram convidados para o painel Marcos da Costa, Secretário dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paul; Ika Fleury, Membro do Conselho Curador da Fundação Dorina Nowill para Cegos; Fabio de Sá, Especialista em Acessibilidade Digital do ICOM; Herculano Passos, ex-prefeito de Itu; Michele dos Santos Hiraoka, Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Sebastião; Marta Braz, Secretária da Educação de São Sebastião e Letícia Sader, vereadora de Penápolis.

 

Silvia Melo fez as saudações iniciais com agradecimento especial à ICOM e falou de uma novidade no painel, a participação de uma pessoa com deficiência auditiva, Fábio de Sá, como painelista. Ela lembrou também que o 7º Conexidades é 100% acessível. A plateia também foi abrilhantada com a presença de estudantes da rede pública de São Sebastião.

 

A discussão começou com a fala de Ika Fleury que iniciou com uma audiodescrição de si mesma. “Nesses 30 anos que eu venho militando na área da deficiência, eu posso dizer para vocês que acompanhei implantações, retrocessos, avanços, toda uma série de situações em relação à pessoa com deficiência. Quero dizer para vocês que com as reflexões e com as ações, eu acredito que uma das melhores contribuições que o poder público possa dar à pessoa com deficiência é a capacidade de trabalhar em conjunto. É a capacidade de entender que a deficiência é uma situação social e não individual”, disse.

 

Ika prosseguiu então falando das barreiras enfrentadas por pessoas com deficiências, e como isso as impede de desenvolver suas habilidades. “A questão da deficiência foi vista como incapacidade, como invalidez”, falou, trazendo dados que apontam 2,5 bilhões de habitantes com deficiência, sendo quase 240 milhões de crianças. “60 a 80% dos casos de deficiência visual são previsíveis ou tratáveis”, continuou.

 

Ela disse que se as pessoas têm acessos, elas se sentem menos deficientes, conseguem ler e se locomover como outras pessoas, através da inclusão. Ika mostrou um relatório que apresenta recomendações como: melhorar acesso no sistema de educação, saúde e assistência social; garantir a disponibilidade segura, eficácia e sensibilidade de produtos; ampliar diversificar e melhorar a capacidade da força de trabalho; envolver ativamente os usuários de tecnologia; aumentar a contribuição do poder público no combate ao estigma.

 

Os dados do Brasil apontam 45,6 milhões de habitantes com deficiência, uma parcela significativa da população. “Quando a gente fala em criar um programa governamental, de criar alguma atividade, não estou falando só do poder público, nem das secretarias de Estado, do município ou da federação. Estou falando de toda uma comunidade participando”, frisou. Ela falou do desafio para alfabetização de crianças cegas e de parcerias para transformar o processo em algo lúdico e prazeroso para as crianças, através do brinquedo Lego. “Nós precisamos não só dos gestores, mas de toda uma comunidade. Não é dever de um só, é de todos os brasileiros”, finalizou Ika.         

 

Marcos da Costa é convidado a seguir para fazer sua explanação, que se inicia também com uma áudio descrição. Ele afirmou que o papel da Secretaria é fazer articulação, dialogando com demais secretarias na construção de políticas públicas, além de prefeitos, vereadores, instituições e a sociedade como um todo, destacando que esse diálogo torna a chance de acerto muito maior e permite olhar outras realidades. “A deficiência é inerente à condição humana. Então todos nós temos deficiência”, disse, lembrando um pouco da história, da situação no período da 2º Guerra, quando a pessoa com deficiência era desconsiderada e hoje houve uma evolução. Falou ainda da importância de não ter barreiras que as impeçam de desenvolver sua cidadania em plenitude. “A dignidade representa cidadania. E a cidadania significa fazer com que principalmente os serviços públicos possam ser acessados por todas as pessoas com e sem deficiência”, afirmou.

 

Costa seguiu explanando sobre a situação dos deficientes auditivos e trabalhou com a imaginação da plateia ao fazê-la pensar como iriam reagir caso estivessem em um local onde não conhecessem a língua e tivessem alguma emergência médica ou policial, dizendo que isso levou a tal grau de exclusão que a comunidade surda criou uma comunidade própria.

 

Ele prosseguiu então falando da parceria com o ICOM, que através da tecnologia permitiu que qualquer pessoa com o celular possa baixar aplicativos de serviços públicos e ter um intérprete de libras que vai conversar oralmente com quem for necessário, permitindo que pessoas com deficiência auditiva tenham acesso a todos os serviços do Estado.

 

“Aqueles que não convivem com uma pessoa com deficiência não sabem o que estão perdendo” disse. “A inclusão torna mais rica a sala de aula, faz com que todos nos tornemos pessoas melhores”, continuou Costa. Ele finalizou dizendo a importância de tornar o ambiente escolar mais amigável para crianças com autismo, permitindo que essas crianças desenvolvam sua plenitude como os demais.

 

O próximo a se apresentar foi Marcos de Sá. Sua apresentação foi o destaque do painel. Surdo, contou com o trabalho da intérprete Thalita, que deu apoio à plateia com a tradução simultânea de seu discurso, realizado em Libras. Assim como os demais, ele iniciou com sua áudio descrição e engajou a plateia ensinando a todos o sinal de bom dia.

 

A seguir, Sá falou da necessidade de ajudar uns aos outros e descreveu o trabalho do ICOM, dizendo que a tecnologia ajuda muito tanto os surdos quanto os ouvintes, resolvendo a barreira comunicacional. Antigamente os portadores de deficiência auditiva tinham que escrever para se comunicar, e as pessoas não sabiam lidar com eles. O ICOM tem uma central com intérpretes, fica o ouvinte de um lado e o surdo de outro, e consegue fazer essa intermediação com o celular. O surdo consegue falar em tempo real, e o intérprete também atua em tempo real, fazendo com que surdo e ouvinte consigam se comunicar. Ele contou ainda que criou parceria com outras cidades, falando da possibilidade de criar tecnologias que atendam também outras deficiências.

 

Realização: Multiplicidades; Correalização: UVESP e Prefeitura de São Sebastião; Curadoria: Conexão Municipalista; Patrocínio: OM30, Senac, Chimicatti Advogados, Itaú, FDE, Sabesp e Prodesp.

 

Serviço

7º CONEXIDADES

Data: 4 a 8 de junho de 2024

Local: Complexo Turístico Rua da Praia (Av. Dr. Altino Arantes) – São Sebastião/SP

Mais informações e inscrições gratuitas em: conexidades.com.br 

 

 

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