ÉTICA COM DIREITOS HUMANOS

Sebastião Misiara*
*Presidente da União dos vereadores do Estado de São Paulo

Comemorando 70 anos, em dezembro, a Declaração Universal dos Direitos Humanos figura como tema definitivo nas agendas de todos os países. Comprovadamente, são pré-condições para inibir ou acabar com as guerras, a intolerância, o preconceito e a exclusão social.

A política dos Direitos Humanos é prática contumaz para os políticos que respeitam a Ética e a Cidadania. Ela é essencial para a consolidação do processo democrático. Deve integrar, consistentemente, todas as políticas de governo.

Alguns dados são estarrecedores: milhões de pessoas passam fome na América Latina, graças aos últimos governos que conseguiram iludir os esperançosos. No Brasil, 250 mil pessoas morrem por ano, por falta de água tratada e sem esgoto. Trinta e três milhões de brasileiros não têm onde morar e 14 milhões de desempregados.

Pobres, desempregados, sem teto, trabalhadores migrantes, meninos de rua, minorias marginalizadas constituem, em todo o mundo, vitimas de discriminações de toda ordem.

É preciso identificar o foco de medidas corretas para mudar o quadro social. Estamos diante de um desafio à sociedade, que se deve unir aos poderes constituídos para ajudar a minimizar os problemas. Trata-se de um imperativo ético, cuja tarefa será liderada pelo próximo presidente da Republica que, se espera, seja alguém capaz de unir o país, e não dividi-lo mais.

Mahatma Gandhi, na sua luta por uma Índia de vida menos penosa, nos legou um grande exemplo. A política dele surgiu dos problemas práticos de milhões de pessoas desfavorecidas. Sua política foi uma lealdade não para com abstrações e sim para com seres humanos na luta contínua contra o agravamento das desigualdades.

De certa feita, em reunião do Conselho Superior do Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã, perguntei a Dom Luciano Mendes de Almeida. Qual a sociedade nova que devemos construir?

Firme, com olhar sereno, “a sociedade solidária, que não exclui ninguém, sem discriminações e sem dominações, uma sociedade que assuma a recuperação dos marginalizados, das minorias desprezadas, que promova a mulher, a criança, o doente, o estrangeiro, na consciência de que somos todos irmãos. É uma sociedade que supera nacionalmente os radicalismos ideológicos e os preconceitos religiosos ou raciais”.

Nós, da Uvesp´, estamos conscientes de que o sentimento hoje é de retomada das exigências éticas. Os brasileiros começam a assumir seu próprio destino, prontos para erguerem a bandeira em busca de uma nova consciência, a da solidariedade e ética, sem preconceitos de qualquer ordem, sem as quais não se discute e nem se pode falar em Direitos Humanos.

O próximo ano precisa ser o da revolução social, que levantará tudo que foi deitado, que indicará a pessoa humana como valor ético fundamental da economia e do desenvolvimento. No meio de tudo isso, estamos descobrindo a verdade elementar de que o centro de todo o desenvolvimento começa pela Paz, jamais pela divisão ou pela guerra.

Só assim, vencendo o ódio, os extremos, os rancores e a discórdia, poderemos comemorar os 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos.

Lú Alckmin, uma mulher de luz, fé e garra

POR SILVIA MELO

A atriz Meryl Streep disse em determinada entrevista, que “a fórmula da felicidade e do sucesso é ser você mesmo da maneira mais simples que puder”.

Acho que, perfeitamente, essa fórmula cabe na vida de Dona Lú Alckmin, uma mulher, além do seu tempo. Igual, como esposa de Geraldo Alckmin, como primeira dama do Estado, como mãe, avó e a mulher que procura nas estrelas  a imagem do filho que, prematuramente, a deixou.

Dona Lú, quando seu marido era prefeito em Pindamonhangaba, o acompanhava à noite, pela cidade, e anotava os problemas que precisavam ser resolvidos. Como primeira dama, procurava conhecer as dificuldades da gente paulista.

Com o passar do tempo, fui a conhecendo melhor e acompanhando sua trajetória de luta. Isto não é uma propaganda política para ajudar o seu marido, apesar de achar que se ele for eleito, teremos uma primeira dama exemplar, assim como foram outras duas primeiras damas que eu tanto admiro, Dona Ruth Cardoso e Michele Obama. Mulheres fortes e que nunca andaram a sombra de seus maridos e sim ao lado, empreendendo, ensinando e ajudando a melhorar a vida de tantas pessoas que muitas vezes são esquecidas pela sociedade.

Como jornalista e cidadã, sinto vontade de escrever sobre pessoas, fatos e acontecimentos que para muitos podem não ser relevantes, mas que para mim faz toda a diferença e gosto de compartilhar.

Sua missão, no Fundo Social de Solidariedade, foi dedicada a ser a portadora da Paz, como essencial. Através dos projetos sociais que ela implementou de tanto sucesso  como as Padarias Artesanais, construção civil, Horta Educativa, Escola da Beleza, que foram cursos de cabeleireiras, Escola de Moda, ensinando a costurar e Solidariedade em Fios fazendo um lindo trabalho recolhendo doação de cabelos para fazer perucas para mulheres com câncer. Eu mesma fui doadora.

Estes projetos de qualificação profissional e capacitação de agentes multiplicadores foi sua realização como pessoa, pois acreditem…. através destes cursos ela qualificou mais de 200 mil pessoas  e uma das exigências era que fossem para pessoas desempregadas para ter uma oportunidade de vida.

Depois da morte do seu filho Thomaz em 2 de Abril de 2015, Dona Lú, em uma entrevista disse que pediu a Deus que desse forças a ela para continuar e naquele momento em oração entendeu que a missão de seu filho já tinha terminado aqui na terra. Como ele era um grande admirador do trabalho dela à frente do Fundo Social, ela fez uma promessa – que daquele momento em diante ela se dedicaria ainda mais nos projetos sociais e fazer o seu melhor cuidando do próximo. Dona Lú, disse ainda que cada vez que ela ouvia alguém dizer que graças a algum curso estava podendo sustentar sua família e que agora tinha uma profissão, ela agradecia ao Thomaz, pois era através dele que ela estava realizando.

Cada turma que se formava em algum curso profissionalizante ela fazia um pedido: que aquele que estava ganhando um diploma de um curso totalmente gratuito pudesse também ensinar alguém sem cobrar nada, pois assim estava ajudando a formar a rede multiplicadora do bem. Dona Lú, diz a todos uma frase de Alvaro Granha “ ninguém é tão pobre que não possa dar e ninguém é tão rico que não precise receber”.

Como cristã foi a inspiradora da “Rota da Luz”, caminho que leva a Nossa Senhora Aparecida – criado por ela, um ano após a morte do Thomaz.

Sua mensagem, implícita e explicita, é de que estando em paz, jamais perdendo a fé, saberemos lidar com situações adversas sem nos deixar abalar, “e ainda poderemos apaziguar a energia alterada de outras pessoas”.

Essa é Lu Alckmin, da qual sou sua profunda admiradora. Tenho acompanhado a sua trajetória e a sua vida de luta e de luz. Com ela sorri, me emocionei, chorei e festejei.

Fernando Pessoa, em uma de suas profundas reflexões, ensinou-nos que: “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.

Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis – Dona Lú é uma delas.

*Silvia Melo –  jornalista, Diretora de comunicação da Uvesp.

MUNICÍPIOS SE UNEM PELO TURISMO

A Uvesp recebeu nesta terça-feira, Leandro Amêndola, especialista em turismo, atual secretário de Turismo de Ibirá, João Bazotti, coordenador de turismo de Mendonça e Donizeti de Oliveira, secretário de Turismo de Sales. A Uvesp apoiará a formação de um Circuito Turístico envolvendo os municípios de: Ibirá, Uchôa, Cedral, Potirendaba, Sales, Mendonça, Irapuã, Adolfo, Ubarana, Nova Aliança, Novo Horizonte e Urupês. A região é rica em sol, água e sabores.

OS CUIDADOS QUE PRECISAM SER TOMADOS

A Uvesp, mais uma vez, participou do Congresso da AMA – Associação dos Municípios da Ararquarense. Fomos levar um tema apropriado aos tempos atuais, em que o Brasil paga o preço de desgovernos. Buscamos a experiência do professor Roberto Freire para analisar “o Brasil que temos e o Brasil que queremos”.

Entendemos como compromisso estatutário, que nosso papel é servir os agentes públicos, grandes motivadores dos resultados eleitorais no país com conhecimentos que os livrem de aventureiros, em processos eleitorais, que não têm nenhum compromisso com a Nação Brasileira.

Essa caminhada pelo interior do Estado, e pelo Brasil, graças ao Fórum de Entidades Estaduais de Vereadores, nos proporciona a firme convicção de que o regime democrático é o único que assegura a igualdade de oportunidades e enseja o gozo dos direitos fundamentais das pessoas.

Anthony Burgess, escritor e filósofo em lúcida manifestação, considerou – o que vale para os dias de hoje – que o governo do povo, pelo povo, deve ser realizado pelos melhores do povo.

Pedimos ao ex-ministro que compartilhasse com a plateia a sua crença, mas, sobretudo, a sua própria experiência de luta digna, honrada, na defesa dos princípios de cidadania, que falasse sobre “O Brasil que temos e o que Brasil que queremos”.

Freire é sensível aos problemas de sua época; suas manifestações traduzem os seus valores políticos e morais, dentro da ordem pública que se comprometeu solenemente a preservar, tanto que em sua clara manifestação pontuou os erros que cometemos e os pecados que estamos pagando, por conta deles.

“Em 1989 fui candidato à Presidência do Brasil. Falei o que precisava ser dito. O povo resolveu acreditar no “Caçador de Marajás” e vejam no que deu”. Traduz um pensamento real, mas não impõe nada; faz com que todos reflitam, principalmente porque a prática democrática, dentro da ordem constitucional, é o caminho para unir o Brasil. Deixou claro que a ruptura do principio democrático, nada mais tem feito no mundo moderno que instituir regimes totalitários, em que não se encontram a igualdade, nem a liberdade.

A onda crescente de populismo que invadiu os países da América Latina, na transição do século XX para o XXI, deixou marcas que até hoje os povos pagam a conta pela incompetência das ideologias populistas, herdeiras das ambiguidades das teorias autoritárias.

Não podemos nos deixar levar pela onda de l989 que nos faz sofrer até hoje. Não podemos nos deixar levar por aqueles que se valem o tempo todo dos aspectos negativos da realidade atual, sem apresentar propostas que fortaleçam o desenvolvimento sócio-econômico do Brasil.

O Brasil que queremos, mostrado fartamente por Roberto Freire, exige de todos, compreensão e clarividência para que se preserve a Constituição de modo que o desenvolvimento do país se faça com liberdade, dentro da ordem jurídica que comporta aperfeiçoamentos, mas que não pode ser subvertida.

Sebastião Misiara
Presidente da UVESP – União dos Vereadores do Estado de São Paulo;
Vice presidente do Fórum Nacional de entidades legislativas