A Câmara dos Vereadores tenta extinguir remunerações que extrapolam o teto municipal e chegam ao triplo do rendimento do próprio prefeito.

Situação do mercado de trabalho na capital e ações de fomento ao emprego foram debatidas pelo Comitê de Crise do Emprego e da Renda

DANIEL MONTEIRO
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Na manhã desta quarta-feira (12/5), a 3ª reunião do Comitê Emergencial de Crise do Emprego e da Renda deu prosseguimento às discussões sobre o impacto da pandemia na economia e no mercado de trabalho da capital, em especial aos micro e pequenos empreendedores, e quais as ações do Poder Público voltadas à criação de novas vagas e fomento ao emprego.

O Comitê Emergencial de Crise do Emprego e da Renda é uma iniciativa criada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo que visa garantir o diálogo do Poder Público com trabalhadores, empresários, entidades representativas e conselhos, a fim de articular e promover medidas para combater os efeitos econômicos e sociais causados pela pandemia.

Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, vereador Jair Tatto (PT). Participaram os vereadores Dr. Sidney Cruz (SOLIDARIEDADE)Fernando Holiday (sem partido)Janaína Lima (NOVO) e Marcelo Messias (MDB).

Conjuntura econômica

Supervisor técnico do escritório regional de São Paulo do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), Victor G. Pagani foi o primeiro a falar na reunião e apresentou uma análise da conjuntura econômica do mercado de trabalho no município de São Paulo.

Segundo projeção da Fundação SEADE (Sistema Estadual de Análise de Dados), de maneira geral, a atividade econômica da região metropolitana se recuperou após o segundo trimestre de 2020, encerrando o ano com crescimento de 5,1% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Apesar disso, no acumulado de 2020, a economia da região cresceu 0,1% em relação a 2019.

O número de desocupados no município foi estimado em 1,1 milhão de pessoas no final de 2020. Essa taxa aumentou expressivamente em 2020, atingindo os maiores patamares da série histórica analisada pela Fundação SEADE. Já o número de ocupados caiu de 6,2 milhões para 5,3 milhões (queda de 879 mil) entre o 1º e o 4º semestre de 2020. Além disso, no 4º trimestre o município tinha 134,7 mil desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego porque não tem esperanças de que irão encontrar.

O rendimento médio real dos ocupados no município diminuiu 3,8% no quarto trimestre de 2020, em relação ao trimestre anterior. Já a taxa de informalidade caiu para 23,1% no 2º trimestre de 2020 e subiu para 26,3% no 4º trimestre. De acordo com Pagani, esses dados sugerem que o trabalho informal foi mais atingido durante o período mais agudo da pandemia (2º trimestre de 2020) e o aumento da ocupação no último trimestre do ano pode ter ocorrido, principalmente, no trabalho informal.

As informações da Fundação SEADE ainda apontam que o desemprego apresenta desigualdades estruturais de gênero e raça/cor e atingiu em 2020 principalmente mulheres e homens negros, em relação às mulheres e homens brancos. A desocupação entre os homens negros aumentou de 11,9% para 19,3% entre os 4º trimestres de 2019 e 2020. Entre as mulheres negras, a desocupação cresceu de 10,2% para 16,4% no mesmo período. Os dois grupos também apresentaram os menores rendimentos médios.

Já dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que no 1º trimestre de 2021 o município registrou aumento de 2,35% nos empregos formais (100,4 mil vínculos a mais). Nesse período, o município possuía mais de 4,3 milhões de empregos com carteira assinada, sendo que os principais contratantes foram nos setores da agropecuária, construção, saúde humana e serviços sociais. Por outro lado, setores que costumam ter saldo positivo de empregos ainda acumulam saldo negativo, como alojamento, alimentação e comércio varejista.

Em relação às pessoas em situação de vulnerabilidade, números do CadÚnico (Cadastro Único) mostram que há 496,8 mil famílias (1,2 milhão de pessoas) em extrema pobreza no município de São Paulo, aumento de 12% (mais 51,8 mil famílias, equivalente a 112,1 mil pessoas) em relação a fevereiro de 2021. “O que esses números indicam, apesar de ter uma recuperação da economia, essa recuperação não se refletiu totalmente no mercado de trabalho. Então o desemprego continuou muito elevado e a extrema pobreza cresceu”, analisou Pagani.

“Esse é o desafio que está posto. O que o município pode fazer para atenuar o crescimento da pobreza e do desemprego é fazer com que essa recuperação da economia beneficie a todos, não seja uma recuperação com crescimento da desigualdade e da concentração de renda, que é o que parece estarmos observando no município”, concluiu.

Ações estaduais e municipais

Na sequência, a subsecretária estadual de Empreendedorismo da Micro e Pequena Empresa, Bruna Helena Barros, apresentou as prioridades da gestão da pasta, com destaque para a meta de gerar um milhão de oportunidades de emprego, renda e  empreendedorismo, sendo 190 mil exclusivas à qualificação empreendedora.

Outro objetivo da subsecretaria é ofertar microcrédito para mais de 140 mil empreendedores em 4 anos, com expansão de linhas e produtos. Além disso, as ações buscam a redução do tempo de abertura e fechamento de empresas para 48 horas para empresas de alto e baixo risco.

A atuação da pasta está dividida em seis principais eixos: qualificação empreendedora, qualificação técnica, financiamento e microcrédito, soluções inovadoras, desburocratização e formalização, e acesso ao mercado.

As ações de abertura de linhas de crédito, investimento, desburocratização e apoio aos micro e pequenos empreendedores estão divididas entre os programas Qualificação Empreendedora, Empreenda Rápido, Empreenda Mulher, Banco do Povo, Linha de Crédito Emergencial, Exporta SP e o Balcão Único, que atuam em todo o território paulista.

Representando o município, Armando de Almeida Pinto Júnior, secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, elencou as principais ações realizadas pela Prefeitura para manutenção da renda e fomento ao emprego.

Entre as iniciativas do Executivo, ele destacou a concessão do Auxílio Emergencial, a entrega do Cartão Merenda aos alunos das escolas públicas municipais e as ações voltadas à manutenção dos empregos já existentes. Nesse sentido, por exemplo, foram mantidos 108 mil empregos com as empresas terceirizadas contratadas pela Prefeitura.

Também foram criadas, nos últimos tempos, 10 mil vagas de emprego, sendo 7 mil através do POT, com destaque ao POT Volta às Aulas, responsável pela geração de 4 mil vagas. Outras mil vagas foram criadas para costureiras e cozinheiras nos programas Costurando pela Vida e Cozinhando pela Vida, além de 2 mil vagas criadas na Rede Cozinha Cidadã.

O secretário-adjunto pontuou que foi promovida uma readequação do atendimento da Ad Sampa, que fez com que houvesse aumento de 20 mil atendimentos anuais para 200 mil apenas em 2020. Também houve uma iniciativa para manter a atuação dos CATEs (Centros de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo) durante a pandemia, com a realização de 100 mil atendimentos no período.

Sobre qualificação profissional, entre outras iniciativas, Júnior destacou o Portal do CATE, com a oferta de cursos EAD. Lançado antes da pandemia, o site foi priorizado durante o período pandêmico e hoje oferta mais de 80 cursos gratuitos, com emissão de certificado às pessoas qualificadas.

A íntegra da reunião do Comitê de Crise do Emprego e da Renda está disponível neste link.

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Comissão de Educação e Cultura elege presidente e vice-presidente para os próximos dois anos

deputado Maurici (PT) foi eleito novo presidente da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O cargo de vice-presidente permanece com o deputado Daniel José (Novo), que foi reeleito. A eleição aconteceu na manhã desta quarta-feira (12/5) em ambiente virtual por todos os parlamentares integrantes do grupo.

Os nomes de Maurici e Daniel José foram indicados pela ex-presidente da comissão, deputada Professora Bebel (PT). A decisão contou com o apoio da maioria dos parlamentares presentes, com exceção do deputado Tenente Nascimento (PSL), que se absteve de votar para presidente.

O novo presidente do colegiado, deputado Maurici, enfatizou a responsabilidade de assumir a função e afirmou que a educação e a cultura têm de ser temas constantes na pauta da Assembleia. Ele enfatizou ainda que nos próximos dois anos a comissão buscará “valorizar cada vez mais os profissionais da área da educação e da cultura”.

A deputada Leci Brandão (PCdoB) enalteceu o trabalho realizado pelos parlamentares no primeiro biênio desta legislatura, e destacou a importância da educação na sociedade. “A educação é o principal num país, todos os países desenvolvidos investem em educação e sabemos o quanto nós precisamos disso”, disse ela. A parlamentar ainda reforçou a necessidade de diálogo dentro da comissão, e prezou por transparência para os próximos dois anos.

O deputado Professor Kenny (PP) destacou o esforço da comissão na pandemia, momento no qual ele definiu como “um dos mais desafiadores da educação nas últimas décadas”, e exaltou a luta em prol da inclusão de professores no grupo prioritário da vacinação.

Além dos já citados, participaram da eleição os deputados Roberto Engler (PSB), Mauro Bragato (PSDB), Dirceu Dalben (PL), Murilo Felix (Podemos), e o deputado Gilmaci Santos (Republicanos), que não votou por ser membro substituto.

Balanço

Sendo uma comissão temática, ela é responsável pela análise e elaboração de pareceres sobre projetos de lei, emendas e moções referentes à educação, ensino e a cultura no Estado, além de promover estudos sobre o tema.

Também faz parte das atribuições da comissão convidar os secretários de Estado da Educação e da Cultura e Economia Criativa para prestarem informações sobre suas gestões.

Durante o primeiro biênio desta legislatura, a comissão registrou cerca de 40 encontros, divididos entre reuniões ordinárias, extraordinárias, especiais e conjuntas, e analisou 129 pareceres, de acordo com o balanço.

Projetos importantes, dos mais diversos, foram aprovados pela comissão, entre eles a Lei 17.341/2021, de autoria do deputado Vinicius Camarinha (PSB), que estabelece normas gerais sobre a segurança escolar.

A medida visa ações de prevenção e combate à violência, como a repressão a jogos de azar, e intensifica os serviços de fiscalização em comércios existentes nas imediações das escolas, coibindo a comercialização de produtos ilícitos ou de acesso proibido à criança e adolescente.

Também foi aprovado na comissão o Projeto de Lei Complementar 45/2019, de autoria do deputado Daniel José (Novo), que pretende ampliar as áreas de atuação das Organizações Sociais no Estado de São Paulo, ao autorizar sua presença também nas áreas de ensino e pesquisa.

A norma já foi levada a votação em Plenário, porém, por falta de quórum, ficou com votação adiada.

A comissão também debateu sobre a volta das aulas presenciais enquanto perdurar a pandemia, tema que gerou divergências de opinião entre o colegiado.

TCESP inicia ciclo de webinários sobre Concessões e PPPs

07/05/2021 – SÃO PAULO – O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) realizou, na quinta-feira (6/5), o primeiro dia do ciclo de webinários que tem como objetivo discutir experiências práticas em Concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs).

Com transmissão em tempo real pelo canal da Escola Paulista de Contas Públicas (EPCP) no YouTube, o evento teve como tema central os ‘25 anos da Lei de Concessões’ e foi iniciado pela Presidente do Tribunal, Conselheira Cristiana de Castro Moraes, que, em seu discurso, parabenizou o TCESP e seus membros pelos 97 anos de atividades do órgão, comemorados no dia 6 de maio.

A Presidente agradeceu a todos os palestrantes e participantes do ciclo e falou sobre como a capacitação pode contribuir futuramente na política. ‘Esse webinário irá tratar do histórico das concessões e parcerias em nosso país, permitindo que, a partir do passado, possamos antever caminhos e eventuais entraves no futuro’, afirmou a Conselheira Cristiana de Castro Moraes.

live contou com a participação especial do Presidente do Brasil (1995-2002) Fernando Henrique Cardoso, que gravou vídeo falando sobre a Lei de Concessões e o desenvolvimento nacional.

Em seguida, o Professor Titular de Direito da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), Carlos Ari Sundfeld, abordou as perspectivas da legislação para o futuro, e o Assessor Técnico-Procurador e Professor de Direito da FGV-SP, Guilherme Jardim Jurksaitis, discorreu sobre os impactos da lei no regime jurídico das contratações públicas.

Formado por uma sequência de quatro encontros semanais, o ciclo de palestras ocorre toda quinta-feira do mês de maio (6, 13, 20 e 27), sempre das 10h30 às 12h00, e pode ser acompanhado ao vivo. A live referente ao primeiro dia, que contou com mais de 2 mil visualizações de servidores municipais e estaduais, advogados, acadêmicos de Direito e demais interessados, já está disponível e pode ser acessada pelo link https://bit.ly/33nmRwq. 

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Após aprovação na Assembleia Legislativa, programa Bolsa do Povo segue para sanção do Executivo

O projeto de lei que cria o programa Bolsa do Povo, aprovado no começo desta semana pelos deputados e deputadas da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, já foi enviado para sanção ou veto, total ou parcial, do Executivo. O governador João Doria tem 15 dias úteis para tomar a decisão.

A proposta, que chegou ao Parlamento no dia 7 de abril, foi aprovada em menos de um mês. A votação final ocorreu na última terça-feira (4/5). O texto passou para Redação Final na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e foi enviado nesta quinta-feira (6/5) ao Executivo.

Oito emendas foram acrescidas ao projeto original, entre elas as que garantem atendimento prioritário a mulheres vítimas de violência domésticas, mães chefes de família, desempregos com agravante da pandemia causada pela Covid-19, entre outros pontos.

Outra emenda também garante transparência ao programa, com prestação de contas periodicamente à Assembleia Legislativa, divulgação dos beneficiários e regras de atendimento. E os recursos adicionais autorizados terão que ser destinados exclusivamente ao programa.

“A Assembleia deu seu recado a toda sociedade: estamos cumprindo o nosso papel ao realizar um trabalho sério e focado em garantir a dignidade do ser humano e o bem-estar do cidadão paulista”, disse o presidente do Legislativo, deputado Carlão Pignatari, após a votação final.

“Meus parabéns a cada um dos colegas deputados e deputadas que participaram deste debate e votação. Estou certo de que toda interferência e sugestão foi no sentido de aprimorar este projeto que veio do Governo do Estado. O Bolsa do Povo não é um auxílio, é muito mais! É um grande projeto social e econômico, de desenvolvimento do indivíduo, de impulso pessoal”, completou o presidente.

Bolsa do Povo

Projeto de Lei 221/2021, que cria o Bolsa do Povo, unifica ao menos seis ações assistenciais já existentes no Estado ?Bolsa Trabalho (atual Auxílio Desemprego), Renda Cidadã, Bolsa-Auxílio Via Rápida, Ação Jovem, Bolsa Talento Esportivo e Aluguel Social. Somando R$ 400 milhões adicionais aos R$ 600 milhões já previstos no orçamento do Estado, um total de R$ 1 bilhão deve ser investido no projeto.

Segundo o líder do governo na Assembleia, deputado Vinícius Camarinha (PSB), a medida vai beneficiar até 500 mil pessoas diretamente e 2,5 milhões de cidadãos indiretamente. “É um programa extremamente importante no momento mais difícil para a nossa população”, disse o parlamentar. Outros órgãos ou entidades, como prefeituras, poderão complementar esses recursos.

O programa oferecerá ainda oportunidade de trabalho e cursos de qualificação profissional. Cerca de 20 mil pais de alunos devem ser contratados para ajudar no cumprimento de protocolos contra a Covid-19 nas escolas em troca de renda.