*Sebastião Misiara
O movimento municipalista tem sido em nossas vidas públicas uma referência impar para que se mantenha em cena os valores essenciais: solidariedade, espirito cívico, altruísmo, ética e respeito pelo bem comum. Apenas reafirmar que a Constituição de 1988, nasceu com muito de teórico com pouca autonomia financeira. Ao contrário, ao longo dos anos, foi atribuído aos prefeitos e vereadores, número maior de tarefas notadamente na área social.
Nesse contexto, esses agentes, saíram da zona de conforto e começaram a buscar novos horizontes e o vereador passou a ser integrante incontestável da administração do patrimônio público. O Ibope em pesquisa que ficou marcada nos anais municipalista mostrou que a confiança da população nos serviços prestados ao social é infinitamente maior quando a responsabilidade é do Município.
Em razão disso, há um consenso na sociedade brasileira, em favor da revisão do pacto federativo. Percebe-se que a busca de um gradual processo de descentralização de poderes vai tornar o cenário mais democrático, transparente e acessível à participação da sociedade. Alguns governantes municipais estão tentando não apenas prevenir problemas, como também antecipar o futuro, criar uma espécie de radar, importante devido ao ritmo de mudança do mundo e à tremenda pressão exercida sobre os políticos para que se comprometam com o futuro.
E quem pode fazer isso no nosso entender é o político experiente que exerce atividade pública e se coloca à disposição de fazer pelo Brasil em respeito às mudanças que a sociedade exige. Não será pelas mãos de novos caudilhos que surgem nas eleições e provocam a exploração teatral, que os nossos problemas serão resolvidos. E, sim, pelo comando de líderes movidos pela inteligência, pelo equilíbrio, bom exemplo, pelo raciocínio transparente e convincente.
A recente pesquisa Ibope/CNI (jornal “O Estado de São Paulo”, pag A7, 14/03) apontou que 72%, o candidato ao Planalto deve ter experiência política. Pesquisa que reafirma o acerto do movimento municipalista, do qual integra a UVESP, que se move no sentido de ampliar seus cursos, seminários e encontros, com a Universidade Corporativa do Agente Público.
O municipalismo reafirma a crença de que é no município, terreno onde se assenta o Edifício da Cidadania, que se forma homens públicos aptos a representarem com dignidade a sua gente. Base da Democracia, o Município deve ser a base do saber, pois ali as pessoas nascem, trabalham e criam suas famílias. Preparar as pessoas para se tornar um líder original de onde surge sinais para outros mandatos e papéis, é o objetivo da Uvesp com sua Universidade Corporativa.
O primeiro sinal da aptidão para a função pública é a comunitária e o propósito da UNICAP – Universidade Corporativa do Agente Público que vai nascer com o apoio de empresários preocupados com o futuro do país, é prepará-lo para cristalizar sua vocação, como faz a Uvesp que ajuda a capacitar quem está no poder.
Afinal o futuro Presidente do Brasil, em todos os momentos, vem do Município e é ali, que ele deve se preparar. O povo simples e humilde, que é o nervo exposto da relação com as políticas públicas, quer Exemplo, Exemplo, Exemplo. De dedicação, trabalho e de respeito ao patrimônio do povo. Mais do que a crise econômica, deixada pelos desgovernos de um triste passado recente, a verdadeira crise, é a crise da incompetência que o país da nossa dimensão não pode e não vai aceitar.
Sebastião Misiara
Presidente da União dos Vereadores do Estado de São Paulo
Vice-presidente do Fórum Nacional de Entidades Legislativas
Diretor da Associação Paulista de Municípios