07/08/2020 – SÃO PAULO – A ciência ainda não conseguiu decifrar todos os aspectos que envolvem o novo coronavírus. Mesmo assim, é a única ferramenta confiável para o planejamento de políticas no combate à pandemia que já deixou milhares de mortos no Brasil e no mundo.
“Estamos em uma emergência pública, mas o gestor não pode dar um passo antes da ciência”, declarou o infectologista David Uip. “Só os cientistas serão capazes de dizer o que vai funcionar ou qual vacina sairá na frente. E o administrador não pode ser pego de surpresa, não pode estar alienado”, completou.
Integrante do Centro de Contingência do Coronavírus do Governo do Estado de São Paulo, o médico foi um dos convidados do debate on-line promovido pelo Observatório do Futuro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Também participaram do encontro o Conselheiro Sidney Beraldo e a Pós-Doutora em Microbiologia Natália Pasternak.
“Falar em imunidade para uma doença nova é nosso maior desafio porque não entendemos ainda como nosso sistema imunológico funciona diante desse vírus”, explicou ela. “Por isso, os gestores devem usar o que já sabemos que traz resultados e não procurar soluções mágicas, rápidas e baratas. Está provado, por exemplo, que o uso de máscaras e o distanciamento social reduzem a transmissão. Os governos também devem investir em comunicação clara e honesta e redefinir suas prioridades. Porque não dá para abrir tudo (shoppings, bares, escolas) ao mesmo tempo.”
Na avaliação do Conselheiro, uma das lições deixadas pela atual crise sanitária será a necessidade de planejamento preventivo e de choques de gestão.
“Estamos agora trocando o pneu com o carro andando”, afirmou. “Teremos um legado dramático pelas perdas que sofremos. Mas um aspecto positivo será a possibilidade de reconstrução de políticas públicas com base em todas as experiências que vivemos. Acredito que podemos dar um enorme salto de qualidade”, disse ele.
Isso será fundamental, afirmou a microbiologista, porque outras epidemias virão. “É um reflexo da nossa interação com o planeta. Teremos que repensar nossa atividade exploradora, desenvolver tecnologias sustentáveis e investir no desenvolvimento contínuo da ciência, de vacinas e de antivirais genéricos, para que não fiquemos tão vulneráveis.”
David Uip apontou ainda três grandes desafios a serem enfrentados, a curto prazo, pelos gestores: a retomada econômica, a volta às aulas e as eleições municipais, adiadas para novembro. “Não existe risco zero. Por isso, vamos precisar de políticas públicas sérias e muito bem orientadas.”
Outro fator importante no mundo pós-pandemia será o monitoramento de eventuais sequelas nos pacientes que já se recuperaram. Até agora foram detectadas disfunções no coração, cérebro, na visão e uma maior incidência de coágulos no sangue, o que pode causar derrames.
Para o Conselheiro Beraldo, o Programa Estratégia Saúde da Família (ESF), criado para a resolução de problemas na Atenção Básica, pode ser fundamental nesse processo. “Sou fã do SUS (Sistema Único de Saúde). Temos é que aperfeiçoar a gestão e ampliar recursos. Nesse contexto, acho que as equipes da ESF cumprem um papel extremamente importante. Devemos, quem sabe, é ampliar esse programa e capacitar mais as equipes.”
Quase mil pessoas acompanharam a discussão, entre representantes de Prefeituras, Câmaras Municipais, Secretarias Estaduais e de Conselhos de Saúde. Mediado pela coordenadora do Observatório, Manuela Prado Leitão, e realizado com o apoio da Escola Paulista de Contas Públicas (EPCP), o debate está disponível no link https://bit.ly/3krbFqf.
Nesta sexta-feira (7/8), a CPI das Fake News nas Eleições de 2018 realiza três reuniões. Às 13h, os deputados deverão votar os itens que estão em pauta.
Na sequência, às 14h, os parlamentares vão ouvir um representantes do Twitter e às 15h um representantes do Facebook. Ambos deverão falar sobre as ações das plataformas para combater a disseminação de notícias falsas.
Na concepção entre história e política, todos são confrontados com um problema básico da existência humana: a preservação da continuidade e a capacidade de mudar.Nas últimas eleições ficou evidente a necessidade de mudar, ditada pela vontade popular. E, como sempre a mudança traz adeptos e críticos, ao mesmo tempo em que colocam em muitos campos, reivindicações por reformas.E as reformas que se colocam no olhar crítico da sociedade. Somos capazes de modernização? Estamos preparados para aceitar os desafios tecnológicos do mundo? Estamos aptos a proteger o meio ambiente, colocando a sustentabilidade como meio de vida?
São respostas necessárias para um país que precisa passar por mudanças profundas, para encontrar seu caminho entre os mais desenvolvidos, lembrando que há muito tempo que a internacionalização se apossou de nossas vidas, o que nos leva a entender que discussões sociais, cujo conteúdo é de estreiteza provinciana, acarretarão graves consequências de alto custo.
O Brasil procura respostas para as questões estratégicas fundamentais da nova época. A sociedade se vê às voltas com o fortalecimento do Poder Legislativo, tão essencial à democracia, um governo, como um todo, aos trancos e barrancos, que procura encontrar o caminho, um judiciário, que deseja cumprir o seu papel. Unindo-nos, todos encontraremos respostas para as questões estratégicas fundamentais dessa época de mudanças.
Por isso creio que é preciso renovar a crença na utopia e a esperança de que dias melhores virão e lutar para que valores éticos e morais sejam mais fortes e “superem a razão cínica e egoística que quase chegamos a nos acostumar em tempos passados”. Sempre acreditei que nenhuma forma de governo sozinha consegue dar felicidade às pessoas . O que penso é que uma nação não é formada e nem se mantém viva pela forma de governo, e, sim, pela torcida pelo sucesso dos governantes que nos lideram. Adotando o princípio da ética, única forma de manter-se viva a alma nacional.
De nossa parte temos cumprido, aqui na União dos vereadores do estado de São Paulo, o papel ético de capacitar e orientar os jovens a ingressarem na vida pública com o desejo de servir. Os que estão, procurando dar-lhes o caminho para solidificar um mandato que possa contribuir na configuração do futuro. A nossa máxima é a de que o Presidente da República nasce no município. Esse é o nosso papel. Evitar o sumiço das esperanças positivas no futuro, a partir do agente público municipal. Esperança ausente é provavelmente o sinal mais ameaçador do presente.
Sebastião Misiara – Presidente da UVESP / União dos Vereadores de São Paulo.