CONEXIDADES discute os 30 anos da Constituição Cidadã

O ciclo de palestras deste sábado (12), no CONEXIDADES, começou debatendo os 30 anos da Constituição Cidadã. Com uma mesa debatedora composta pelo Diretor Presidente da Oficinal Municipal, José Mario Brasiliense Carneiro, do jornalista e consultor político, Marco Iten, do deputado federal Eduardo Cury e do ex-Deputado Constituinte e ex-Senador da República, José Fogaça.


Carneiro abriu a fala fazendo uma apresentação ao tema com uma alusão à navegação. “Quando navegamos, existem dois fatores essenciais: o capitão, e a bússola. Além de um bom comando, é preciso ter um instrumento fundamental que nos dê rumo. Na política, precisamos constituir uma bússola com valores e princípios. Somos pessoas dotadas de consciência para escolher o bem e o verdadeiro”, afirmou.


O diretor ressaltou ainda a importância de refletir sobre os 30 anos da Constituição. “Precisamos fazer uma pausa para pensar sobre aquele momento. Foi um período de importante reconstrução democrática que merece ser trazido à memória para entendermos sua instauração”, completou.


Em seguida, Marco Iten explanou sobre o que foi a constituinte pela ótica das campanhas partidárias. “O momento em que vivíamos era de esgotamento do regime militar. Era preciso definir qual rumo daríamos ao país, mas a panela de pressão política impediu que fosse discutido um projeto de Brasil”, salientou.


E prosseguiu: “hoje, o que enxergamos é uma nação que não discute, se sente confortável. A gente acaba se adaptando e não trata os grandes aspectos que não poderiam ser deixados de lado. Observamos discussões efêmeras nas eleições, ao invés de debates que ensejem um novo rumo moral e ético para o nosso Brasil. Precisamos de um projeto de construção efetiva para um Brasil diferente”.


Outro destaque do painel ficou por conta da fala de Eduardo Cury. Segundo o parlamentar, a constituição veio para reintroduzir os diretos individuais, mas não foi pensada para o mundo que estava por vir.


“Naquele momento, a constituinte foi feita pensando no retrovisor e não se avaliou o seu impacto no futuro. Apesar disso, acredito que não seja a hora de termos uma nova Constituição. Isso só deve ocorrer quando tiver um consenso de opiniões. A sociedade tem que estar bastante amadurecida em relação ao bem comum”, pontuou.


E encerrando a palestra sobre o tema, José Fogaça reforçou a importância de utilizar a Constituição como um instrumento de direcionamento.


“Quem escolhe para onde vamos somos nós, não se trata de uma camisa de força estreita e rígida. A Constituição é como um poliedro. Seus vários ângulos têm tanto imperfeições, quanto bons avanços. Nós realmente estamos diante de uma obra imperfeita, mas com toda a liberdade da democracia”, comentou.


E sobre o momento atual, Fogaça pontuou: “estamos chegando a quase 100 emendas constitucionais e, convenhamos, é muita coisa. Nossa Constituição foi baseada na constituinte italiana, que é parlamentarista. Porém, nosso regime é presidencialista. Isso gera diversos conflitos de compreensão. De legado, temos, entre outras coisas, 30 anos sem golpes de Estado e sem tentativas de derrubada de governo por meio das armas”.

 

Turismo como segmento econômico, cassinos e jogos são destaques da palestra do Deputado Herculano Passos

O Deputado e Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo, Herculano Passos palestrou sobre a importância de tornar o turismo, que já é uma grande fonte de renda no Brasil, em um forte segmento econômico.


O parlamentar apresentou dados que comparam o movimento turístico no Brasil e no mundo. No ano passado, por exemplo, os brasileiros gastaram R$19 bilhões em viagens fora do país, enquanto os estrangeiros, apenas R$6 bilhões dentro do Brasil.
Além disso, reforçou a necessidade de fortalecer o turismo interno e promover o país para os estrangeiros, e apresentou a legalização dos cassinos e jogos como um dos meios para isso.


“Um dos principais destinos que os brasileiros visitam é Las Vegas. Cerca de 200 mil brasileiros viajam para jogar fora do país. Isso porque não é legalizado. Aqui, as apostas ilegais movimentam o dobro do dinheiro das apostas legais, como loteria e turfe. São cerca de 20 bilhões de reais que poderiam ser injetados em nosso turismo”, salientou.


A tendência, que já atingiu todos os países da América do Sul, prevê que haja aumento na movimentação de aeroportos e hospedagem, bem como a criação de empregos e renda. “A média da tributação mundial do jogo é de 30%, o que tem um impacto considerável na economia. Além disso, novas funções de emprego vão sendo criadas, com o aumento da demanda, assim como há um potencial crescimento no PIB dos Estados”, completa o deputado.


A ideia é de que os cassinos sejam implantados em resorts integrados, a princípio nas capitais do Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais, além de três no estado de São Paulo, um na capital, um no litoral e um no interior.

 


Herculano também mencionou sobre a Lei Geral do Turismo, que está tramitando na Câmara dos Deputados e deve ser aprovada na próxima quarta-feira (16). A expectativa é de que a lei, entre outros benefícios, contribua para a abertura do capital estrangeiro para empresas aéreas, que vai diminuir os valores das passagens e fortalecer o turismo nacional.

3º painel de Turismo aborda feiras, eventos e centros de convenções

O terceiro painel sobre turismo do CONEXIDADES falou sobre as tendências no Brasil nas feiras, eventos e centros de convenções, além das experiências marcantes no turismo paulista. Quem abriu o debate foi o ex-Secretário de Estado do Turismo, Fabrício Cobra.
Segundo o advogado, o poder público não é mais o único ator dentro da governança moderna, interagindo com toda a sociedade civil e trade. Além disso, com a obrigatoriedade do COMTUR, os agentes públicos passam a ter uma ajuda para acertar nas decisões e planejamentos a médio e longo prazo.


“É importante que o poder público ouça o poder privado, porque uma cidade sozinha não valoriza a região”, explicou.


Cobra explanou também sobre a questão dos MIT’s (Municípios de Interesse Turístico). “É importante, mas as cidades podem criar o turismo sem ter essa titulação. Como Brotas, por exemplo, que foi de 15 para 30 mil leitos com as próprias pernas. O que vemos é muita discussão de leis, e precisamos de deputados federais que ajudem a alavancar a atividade turística”, disse.


Em seguida, o VP Senior da Reed Exhibitions América Latina, Juan Pablo de Vera abordou as transformações do mercado e dos espaços de eventos. “Atualmente, um dos maiores obstáculos dos eventos são os custos”.


De Vera explicou ainda sobre os elementos que influenciam no impacto dos eventos como: locais interativos, sustentabilidade e eventos híbridos. “O foco dos eventos leva em consideração: a comunidade, o engajamento, valor, conteúdo, conectividade, interatividade. Precisa ser inesquecível, impactante, memorável”, encerrou o executivo.


O painel seguiu com a apresentação do presidente do Ubatuba Convention Bureau, Hugo Gallo, que reforçou a importância da parceria público-privada para realizar o 1ºCONEXIDADES e frisou que é preciso fazer o questionamento quantidade x qualidade para manter um turismo sustentável na cidade.


“O nosso objetivo é acabar as reformas do centro de convenções para que possamos receber muito mais pessoas no próximo CONEXIDADES, levando em consideração o sucesso deste primeiro encontro”, afirmou.

 


O painel foi encerrado com a participação do Secretário Municipal de Turismo de Ubatuba, Luiz Antonio Bischof, ressaltando a relevância de um evento como o CONEXIDADES para a cidade.

Presidente Nacional do PPS, Roberto Freire, participa do CONEXIDADES


Freire, com extensa história na política brasileira, encerrou a tarde do congresso explanando sobre as propostas dos presidenciáveis e a atual situação política do país.
“Assim como em 1989, na minha primeira eleição, hoje é preciso ter a clareza de que entender as mudanças do mundo é algo a ser feito. O mundo está em constante mudança, tanto nas nossas relações, no cotidiano e na atividade politica. Novas formas de se organizar estão surgindo, assim como novos meios partidários”, explicou.

 


Em sua fala, o presidente abordou ainda as tendências que já estão em alta na Itália e na Espanha, com novas organizações partidárias. “Isso está acontecendo por causa das mudanças revolucionárias. Tanto no Brasil, quanto no resto do mundo, temos visto também a tendência outsider, com perfis fora da política. Temos refletido sobre isso e analisado todos esses fenômenos para entender as próximas eleições”, completou.