Jornalista Silvia Melo, com o Professor Ives Gandra autografando um de seus livros em 2015. Uma amizade de longa data.

UMA OPINIÃO QUE VALE OURO

Matéria publicada no Jornal Luso Brasileiro em Lisboa, Vidas Lá Fora

Entrevistei o professor Dr. Ives Gandra Martins da Silva, um dos mais respeitados operadores do Direito. Membro da Academia Paulista de Letras, Academia Paulista de História, Academia Brasileira de Filosofia, Academia Brasileira de Letras Jurídicas, Academia Internacional de Cultura Portuguesa e Academia Internacional de Direito e Economia. Filho de Português (para honra da Pátria-Mãe) e de nacionalidade portuguesa. Considerando o ensino de excepcional qualidade, o catedrático da Universidade do Minho, recomenda estudos em Portugal, o que facilita a integração nos países da Comunidade Européia. Autor de vários livros, o mestre Ives Gandra deixa claro que o ideal que o inspira é o da igualdade na aplicação das leis e a certeza de que, pelos seus artigos – verdadeiras lições – sonha com um futuro mais livre e melhor para as pessoas de todas as classes. Além de grande mestre do Direito, bate firme no seu coração, sua alma de poeta. “Voltarei a antigos hábitos. Voltarei a ser eu mesmo. Com as minhas circunstâncias, estas minhas circunstâncias, que nos tempos presente, são cicatrizes do tempo” (Poemas de um Tempo Esquecido”, dedicado à família e aos amigos, entre os quais me incluo.

Silvia Melo – Vários brasileiros estão em busca das escolas portuguesas e várias universidades interessadas em brasileiros. A qualidade é boa? O senhor aconselha?

Dr Ives – As Universidades portuguesas são de excepcional qualidade. Já ministrei conferências nas Universidades de Lisboa, Coimbra, Porto, sendo catedrático (Cátedra Lloyd Braga) da Universidade do Minho. Por ser filho de português, gozo também da nacionalidade portuguesa –eu e minha esposa–, descendência da qual me orgulho.

À evidência, aconselho os brasileiros que desejam fazer cursos nas Universidades portuguesas que o façam, até porque sendo uma das nações da União Europeia desde a década de 80, facilitaria, pela integração dos países da Comunidade, o aprendizado por parte dos estudantes brasileiros no que concerne a riqueza que a integração do continente tem propiciado para o desenvolvimento da região, em todos os aspectos, inclusive o educacional. A resposta, portanto, é que aconselho a procura por tais Universidades, nos cursos universitários e informo que o ensino é de excelente qualidade.

Silvia Melo – A Universidade Nova de Lisboa lançou um pré-semestre acadêmico destinado ao mercado internacional, com muita ênfase nos estudantes brasileiros. O pré-semestre garante um período de orientação e aulas de adaptação antes de começar a graduação. O Sr. acha funcional?

Dr Ives – Considero excelente a Universidade Nova de Lisboa. Fundada na década de 60, quando fui eleito representante para a América Latina da União das Comunidades Portuguesas presidida pelo Prof. Dr. Adriano Moreira, que me levou, posteriormente, para a Academia Internacional de Cultura Portuguesa, que também presidia, tem em seus quadros excelentes professores e, sem conhecer, todavia, seu programa para brasileiros, destinado ao mercado internacional, parece-me a ideia muito boa, visto que a universalização não só da economia (globalização) como de todos os aspectos da cultura humana é uma realidade irreversível. Tenho a impressão que funcionará.

Silvia Melo – Em sua opinião, qual a razão desse empenho dos portugueses, principalmente, as universidades, em levar jovens brasileiros?

Dr Ives – Temos uma cultura idêntica. Graças a Portugal, o Brasil é uma nação continental e não fragmentada como aconteceu com a América espanhola. A América portuguesa tornou-se um único país, o Brasil, com cultura, costumes, idioma próprios e até hoje muito semelhantes. Nada mais natural que este esforço seja realizado. Em 1964, em Lisboa defendi a criação de uma Comunidade Lusíada semelhante a Commonwealth dos ingleses, tese que voltei a propor no Congresso das Comunidades também em Lisboa de 1981. Por questões políticas à época, nas duas manifestações a ideia não se tornou realidade, lembrando, todavia, que, de forma embora tímida, a partir do século XXI tal união dos povos de língua portuguesa está se concretizando. Creio que nada mais natural que esta integração se faça, principalmente através da juventude, que será aquela que poderá tornar realidade um velho sonho do 1º Congresso das Comunidades Portuguesas de 64.

Jornalista Silvia Melo, com o Professor Ives Gandra autografando um de seus livros em 2015. Uma amizade de longa data.
Jornalista Silvia Melo, com o Professor Ives Gandra autografando um de seus livros em 2015. Uma amizade de longa data.

Jornalista Silvia Melo, com o Professor Ives Gandra autografando um de seus livros em 2015. Uma amizade de longa data.

A jornalista Silvia Melo, diretora da Uvesp com o Embaixador da Eslovênia no Brasil, Mr. Alain Brian Bergant.

PREFEITOS ASSINAM CONVENIO NA CAPITAL DA SUSTENTABILIDADE

A jornalista Silvia Melo, diretora da Uvesp com o Embaixador da Eslovênia no Brasil, Mr. Alain Brian Bergant.
A jornalista Silvia Melo, diretora da Uvesp com o Embaixador da Eslovênia no Brasil, Mr. Alain Brian Bergant.

Liubliana, capital da Eslovênia terá a presença de prefeitos e de representantes da UVESP. Silvia Melo, diretora de comunicação e Marco Melhado, presidente do Parlamento Codivar/Uvesp, transformam a capital da sustentabilidade em palco do movimento municipalista em favor do meio ambiente, a partir do dia 20 de junho.

As cidades de: Itapetininga, Pedro de Toledo, Ourinhos, Itanhaém, Socorro, Barretos, Consid/Bahia, assinarão convênio com a ONU – Organização das Nações Unidas – para cumprir as metas do milênio, até 2030, o chamado Pacto Global da ONU. O convênio será com a Universidade de São Paulo, parceira da ONU, assim como o Tribunal de Contas do Estado.

Presente, também, em Liubliana, a representante do escritório brasileiro da organização mundial, professora Patrícia Iglecias, que coordena a ação no Estado de São Paulo.

É forte o simbolismo dessa solenidade, diante do que representa a Eslovênia para a proteção do meio ambiente, que, segundo a diretora de comunicação da UVESP, Silvia Melo, está pronta para bem receber os prefeitos, coordenados pela Uvesp, em parceria com a Revista América Economia, sob o comando e direção da Global Council of Sales Marketing, que realiza nessa capital europeia, o WOCA 2018, evento que reúne empresários interessados em investir no Brasil.

Através desse documento, as prefeituras, a Universidade São Paulo e o Escritório Regional do Programa Cidades Pacto Global da ONU se comprometem a elaborar diferentes tipos de projetos e iniciativas que permitam o avanço das discussões, debates, transferência de conhecimento e ações colaborativas para a concretização dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

A assinatura dos termos de cooperação acontecerá durante o Fórum Econômico Brasil-Eslovênia. O painel “O Poder das cidades no desenvolvimento sócio-econômico”, será presidido pela jornalista Silvia Melo, que participou da agenda oficial dos prefeitos na Eslovênia, em conjunto com Adriana Sales, diretora geral do WOCA e Agostinho Turbian, presidente do GCSM.

O presidente da Uvesp, Sebastião Misiara comemora esse convênio porque o Estado de São Paulo pode dar a grande contribuição para o cumprimento dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. “Os prefeitos que assinam o documento podem dar a grande contribuição para que as administrações cumpram o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

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ARTIGO: O OMBUDSMAN DO POVO

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*Sebastião Misiara

A renovação do Poder Legislativo do Estado, que completa um ano e meio, que chegou a 86%, totalizando seis mil novos diante do quadro total de seis mil, novecentos vinte e três vereadores, provoca a curiosidade dos líderes comunitários eleitos sobre o verdadeiro papel do vereador.

O interesse por informações pode ser mensurado nos seminários da Uvesp e, principalmente, no CONEXIDADES, realizado em Ubatuba. Por trás do fenômeno da grande procura dos administradores públicos e dos vereadores pelos temas que foram discutidos no evento citado, está a mudança de consciência das lideranças políticas paulistas.

O papel do vereador ganha caráter mais social na mesma medida que os cidadãos, revestidos do povo, passaram a cobrar de maneira mais incisiva as atitudes do homem público, obrigando-os a imaginar o precisa ser feito para o futuro do nosso país. Para viver o cotidiano da cidade, estar em contato diário com seus concidadãos, que têm suas famílias integradas ao dia-a-dia do município, o vereador passa a assumir, ainda que com certo atraso, o papel de agente do desenvolvimento local.

Mas de que forma o vereador contribui para a geração de riqueza e do bem-estar social?

Basta dirigir sua atenção e suas iniciativas no sentido de garantir junto ao Executivo as obras e os serviços públicos destinados à qualidade de vida da população, redirecionar seus esforços para que os recursos arrecadados sejam investidos em atividades produtivas vinculadas à base da produção e à força de trabalho do município, ou seja, atender as suas vocações fundamentais.

É este vereador, comprometido com a comunidade, que pode transformar a Câmara em estuário da vontade popular, na caixa de ressonância da esperança, dos problemas e das reivindicações populares.

Atento a esta realidade, o vereador precisa se nortear pelos princípios do direito de pleitear direitos, do direito de conservar direitos e do direito à defesa dos direitos. Seus deveres são mais que obrigações, são privilégios.

Mais do que fazer leis e encaminhar reivindicações aos prefeitos, o vereador, nessa fase de descrença da política nacional, deve aprender a ser o ombudsman do povo; o defensor dos direitos humanos, o ouvidor e o procurador de sua gente.

Só assim ele vai se tornar um referencial ético, expectativa que o povo alimenta desde o dia em que ele conferiu seu voto de confiança nas urnas.

*Sebastião Misiara
Presidente da Uvesp – União dos Vereadores do Estado de São Paulo

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A IMPORTÂNCIA DO CICLO DE DEBATES DO TRIBUNAL DE CONTAS

“Não podemos perseguir o erro, mas tentar impedir que ele ocorra” (Dr. Renato Martins Costa).

Por: Sebastião Misiara

 

Constantemente – nós, os municipalistas, temos cobrado a descentralização dos serviços, acompanhada de mais recursos e a reforma do Pacto Federativo.

Todavia, o profundo ambiente provocado pelo Ciclo de Debates, de orientação, prevenção e recomendação, nos mostra municípios completos acéfalos à normalização da política pública em consonância com a expectativa da população.

O principio da descentralização das politicas sociais é absolutamente correto. Mas é indispensável que a descentralização seja planejada e concertada e que atente para as peculiaridades do Brasil, como um todo.

Em suas exposições no Ciclo de Debates (infelizmente nem todos os prefeitos participam), o conselheiro-presidente tem colocado, com firmeza, a exigência de regras de prudência para o processo de descentralização.

A descentralização dá aos municípios, a condição de gerir, a saúde, a educação, a assistência, a habitação e meio ambiente.

A tarefa primordial de um líder, a missão de um dirigente – e, em particular do prefeito, é prover a modernização do seu núcleo para que a vida da população atinja níveis superiores de qualidade. Para isso, ele precisa ficar atento ao que se passa ao seu redor, nas secretarias, sob o seu domínio.

É preciso lembrar, por outro lado, que não bastam, porém, a capacidade o espírito público dos administradores para a superação das deficiências municipais.

Além de secretários municipais, diretores, assessores, funcionários, ou seja, todos os agentes públicos, a sociedade precisa acompanhar a administração pública, e, se necessário, usar o Portal do Tribunal de Contas para mostrar erros e deficiências em suas comunidades.

Nesse esquema de consciência e responsabilidade coletiva, cada cidade será a concretização dos desejos das sociedades, refletirá a vontade dos seus moradores e atenderá às suas necessidades futuras.

Essa tem sido a luta dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, dos seus diretores e dos seus técnicos. O presidente Renato Martins Costa tem feito um esforço hercúleo para mostrar, às vezes até em tom bem humorado, as deficiências e os caminhos da correção.

Perguntar-se-ia. “Mas como o prefeito saber de tudo o que acontece em seu município?”. Além da questão obrigatória e da responsabilidade civil e criminal, na condução da coisa pública, hoje está evidente que podemos informatizar as administrações municipais no nível das cidades do Primeiro Mundo, adequando-as para que o Chefe do Executivo tenha acesso a tudo que ocorre. Isso foi demonstrado claramente pelo diretor-presidente da Eicon do Brasil, Luiz Alberto Rodrigues, no CONEXIDADES realizado em Ubatuba. “Hoje temos uma cultura tecnológica invejável, basta que as cidades as apliquem”, afirma o autor do livro “Gestão Pública: Planejar, Controlar e Responsabilizar é a Solução”.

Os exemplos que precisam ser enfrentados concretamente estão na exposição do presidente do TCE, no Ciclo de Debates, que precisa ser frequentado por prefeitos, vereadores, e não só os assessores. O que infelizmente não vem acontecendo, com graves prejuízos à população. Exemplos que foram verificados pelos Agentes de Fiscalização do TCE.

 

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Saúde pública

Médicos que não cumprem horário. Falta de medicamentos. Falta de coletores de soro. Cerca de 50% dos hospitais municipais não tem atendimento preferencial. Quase 40% da frota da saúde totalmente sucateados nos pátios.

 

 

 

Merenda EscolarMERENDA ESCOLAR

Nesse setor, 80% dos casos não há alvará ou licença de funcionamento emitido pela Vigilância Sanitária e mais de 35% dos refeitórios não atendem a todos os alunos, mais de 30% dos alimentos estocados de forma inadequada ou vencidos.

 

 

 

Transporte escolar           Transporte Escolar

Quase 40% dos veículos fiscalizados não possuem cintos em boas condições e cerca de 50% dos alunos transportados não utilizam o equipamento de segurança obrigatório. Aproximadamente 38% dos condutores não têm certidão negativa do registro de distribuição criminal.

 

 

 

OBRAS PUBLICAS

Obras públicas

A verificação de obras públicas deixa evidenciado que mais da metade dos cronogramas físico-financeiros não estão sendo cumpridos e a paralização total da obra – 100% – não está devidamente justificada. Mais de 55% das obras concluídas e entregues apresentando falhas visíveis de execução.

 

 

 

OS FALSAOrganizações sociais

Um total de 8.451 entidades do terceiro setor têm convênio nos 644 municípios controlados pelo TCE. Esses municípios somam em reais 191 bilhões, e 3,6% ou seja, R$ 5.729 bilhões são entregues nas mãos das OS.

“Não são todas que não cumprem o seu papel nos municípios, felizmente, mas existem organizações sociais que foram criadas ante ontem para concorrer em algumas licitações ontem, formadas por picaretas que lesam o dinheiro público”. O presidente afirma, em sua mais dura intervenção. “Os prefeitos precisam tomar cuidado com essas organizações que têm a fiscalização constante da Corte”, finaliza.

 

Resíduos SólidosResultado de imagem para aterro sanitario ilegal

Nesse item, 88% dos municípios não têm o Conselho Municipal de Resíduos Sólidos, o que faz parte da Politica Nacional de Resíduos Sólidos, cuja importância está na separação do lixo seco e dos não recicláveis.

Os dados mostram que 45% das cidades paulistas não possuem aterros e 70% não possuem locais específicos para resíduos produzidos pelo Serviço de Saúde.

No evento Conexidades, o especialista da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani mostrou que o caminho da fiscalização e da conscientização é o melhor para “salvar o nosso ecossistema”. Por isso tem estimulado a criação de Frente Parlamentar em defesa do meio ambiente, nacional, estaduais e nos municípios. E é atuando nessa área que os municípios obtém recursos do Fundo Estadual de Controle da Poluição e do Ministério das Cidades.

CONSCIENTIZAÇÃO

O Ciclo de Debates, que deverá acontecer ainda em Campinas (10/08), Sorocaba (13/08) e em São Paulo (23/08), o presidente tem sido enfático na proposta de ouvir o Tribunal, acompanhar seus julgados, participar desses eventos, denunciar na plataforma da Corte e enfim lutar para que os problemas sejam menores para que a população tenha vida mais saudável.

Por isso, a recomendação de que a questão do meio ambiente seja atendida com absoluta presteza e que os números negativos sejam vencidos.

Mais de 8 milhões de plástico são despejados nos oceanos a cada ano. No Brasil, que ocupa a 16ª posição no ranking dos países mais poluidores dos mares, são lançados nas praias entre 70 mil e 190 mil toneladas de materiais plásticos, o que leva 450 anos para se decompor totalmente.

Há ainda outros dados importantes. 55% do esgoto produzido pelos brasileiros é despejado sem tratamento na natureza. Em 2016, pouco mais da metade (51,9%) da população tinha acesso à coleta de esgoto. E os números do triste retrato do saneamento no Brasil, mostram que em 2016 foram investidos 11,51 bilhões na área. No ano anterior haviam sido de R$ 13,26 bi.

E, se somos todos municipalistas, que vivemos no solo onde se assenta o Edifício da Cidadania, a partir da nossa comunidade, pode-se melhorar os números de proteção ao meio ambiente.

Afinal, os municípios compõem, por efeito de condensação, a própria Nação Brasileira.