Lú Alckmin, uma mulher de luz, fé e garra

POR SILVIA MELO

A atriz Meryl Streep disse em determinada entrevista, que “a fórmula da felicidade e do sucesso é ser você mesmo da maneira mais simples que puder”.

Acho que, perfeitamente, essa fórmula cabe na vida de Dona Lú Alckmin, uma mulher, além do seu tempo. Igual, como esposa de Geraldo Alckmin, como primeira dama do Estado, como mãe, avó e a mulher que procura nas estrelas  a imagem do filho que, prematuramente, a deixou.

Dona Lú, quando seu marido era prefeito em Pindamonhangaba, o acompanhava à noite, pela cidade, e anotava os problemas que precisavam ser resolvidos. Como primeira dama, procurava conhecer as dificuldades da gente paulista.

Com o passar do tempo, fui a conhecendo melhor e acompanhando sua trajetória de luta. Isto não é uma propaganda política para ajudar o seu marido, apesar de achar que se ele for eleito, teremos uma primeira dama exemplar, assim como foram outras duas primeiras damas que eu tanto admiro, Dona Ruth Cardoso e Michele Obama. Mulheres fortes e que nunca andaram a sombra de seus maridos e sim ao lado, empreendendo, ensinando e ajudando a melhorar a vida de tantas pessoas que muitas vezes são esquecidas pela sociedade.

Como jornalista e cidadã, sinto vontade de escrever sobre pessoas, fatos e acontecimentos que para muitos podem não ser relevantes, mas que para mim faz toda a diferença e gosto de compartilhar.

Sua missão, no Fundo Social de Solidariedade, foi dedicada a ser a portadora da Paz, como essencial. Através dos projetos sociais que ela implementou de tanto sucesso  como as Padarias Artesanais, construção civil, Horta Educativa, Escola da Beleza, que foram cursos de cabeleireiras, Escola de Moda, ensinando a costurar e Solidariedade em Fios fazendo um lindo trabalho recolhendo doação de cabelos para fazer perucas para mulheres com câncer. Eu mesma fui doadora.

Estes projetos de qualificação profissional e capacitação de agentes multiplicadores foi sua realização como pessoa, pois acreditem…. através destes cursos ela qualificou mais de 200 mil pessoas  e uma das exigências era que fossem para pessoas desempregadas para ter uma oportunidade de vida.

Depois da morte do seu filho Thomaz em 2 de Abril de 2015, Dona Lú, em uma entrevista disse que pediu a Deus que desse forças a ela para continuar e naquele momento em oração entendeu que a missão de seu filho já tinha terminado aqui na terra. Como ele era um grande admirador do trabalho dela à frente do Fundo Social, ela fez uma promessa – que daquele momento em diante ela se dedicaria ainda mais nos projetos sociais e fazer o seu melhor cuidando do próximo. Dona Lú, disse ainda que cada vez que ela ouvia alguém dizer que graças a algum curso estava podendo sustentar sua família e que agora tinha uma profissão, ela agradecia ao Thomaz, pois era através dele que ela estava realizando.

Cada turma que se formava em algum curso profissionalizante ela fazia um pedido: que aquele que estava ganhando um diploma de um curso totalmente gratuito pudesse também ensinar alguém sem cobrar nada, pois assim estava ajudando a formar a rede multiplicadora do bem. Dona Lú, diz a todos uma frase de Alvaro Granha “ ninguém é tão pobre que não possa dar e ninguém é tão rico que não precise receber”.

Como cristã foi a inspiradora da “Rota da Luz”, caminho que leva a Nossa Senhora Aparecida – criado por ela, um ano após a morte do Thomaz.

Sua mensagem, implícita e explicita, é de que estando em paz, jamais perdendo a fé, saberemos lidar com situações adversas sem nos deixar abalar, “e ainda poderemos apaziguar a energia alterada de outras pessoas”.

Essa é Lu Alckmin, da qual sou sua profunda admiradora. Tenho acompanhado a sua trajetória e a sua vida de luta e de luz. Com ela sorri, me emocionei, chorei e festejei.

Fernando Pessoa, em uma de suas profundas reflexões, ensinou-nos que: “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.

Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis – Dona Lú é uma delas.

*Silvia Melo –  jornalista, Diretora de comunicação da Uvesp.

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